data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial/Diário)
Os testes da vacina da Clover na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começaram nesta segunda-feira. Eram esperados 60 voluntários para o primeiro dia da pesquisa. Ao todo, serão mil participantes do estudo em Santa Maria, que segue até julho de 2022.
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O estudo avalia a eficácia e a segurança do imunizante. A Spectra, como é chamado a pesquisa, vai ter a fase dois publicada com uma amostra já analisada, inclusive de outros países. A participação brasileira será maior na análise de fase três.
- A universidade, eu diria hoje, é um dos 10 polos no Brasil a poder desenvolver estudos clínicos de grande magnitude populacional. É possível que a gente vacine mil pessoas em um curto intervalo de tempo - projeta o chefe da Unidade de Pesquisas Clínicas do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) Alexandre Schwarzbold.
O estudo acontece semelhante aos testes da vacina de Oxford/AstraZeneca, iniciados em setembro de 2020 e ainda em andamento. Todos os voluntários fazem parte de um sorteio e são divididos em dois grupos. Uma parte recebe a vacina em duas doses. A outra, chamada de grupo controle, recebe o placebo. Apenas ao final da pesquisa, 13 meses depois do começo, será anunciado de qual grupo o voluntário faz parte.
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Uma das participantes é Milena Martibianco, 22 anos. A estudante de Ciências Sociais se voluntariou devido à incerteza de quando vai chegar a sua vez na fila da imunização.
- Eu estou bem empolgada para participar. Estou com expectativa muito grande em ajudar a liberar uma vacina que pode ser usada no Brasil e no mundo. Se liberarem outra vacina antes, tudo bem - diz.
Caso chegue a vez de um voluntário receber a vacina pela campanha de imunização, ele poderá informar a equipe. Será, então, quebrado o cegamento deste participante, que vai saber se recebeu placebo ou a vacina da Clover e decidir se permanece na pesquisa ou recebe o imunizante pela campanha.
A VACINA
O imunizante da Clover teve autorização para teste no Brasil em 22 de abril. A vacina é voltada para a iniciativa Covax, consórcio comandando pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com países. O Brasil já tem 42 milhões de doses pelo consórcio, e o número pode aumentar a partir da aprovação desta vacina, segundo Schwarzbold.
- Nosso segundo grande estudo internacional nos permite criar massa crítica para que a universidade se constitua como um polo de pesquisa clínica em vacinologia. E isso deve trazer outros estudos futuros - avalia.
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A vacina da Clover é feita com uma proteína que simula o funcionamento do coronavírus na infecção para criar anticorpos. Os resultados das primeiras fases são considerados satisfatórios. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 1 bilhão de pessoas sejam vacinadas com a Clover em todo o mundo. Ainda não há teste em crianças, mas a perspectiva é que ela possa ser utilizada no público infantil, já que tem reações mais brandas.